Quarta Live do IORM trouxe histórias de superação e sucesso de ex-alunos

By 1 de outubro de 2020Notícias

Uma ex-aluna que cursa odontologia pela USP. Um ex-aluno que atualmente é professor do IORM. Com as participações de ex-alunos que falaram sobre suas histórias de desafios e superações, o Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – IORM, como ação integrante do Projeto Agenda Cultural 2020, realizou na noite de 16 de setembro sua quarta Live, dedicada a alunos do Instituto e seus familiares. Abordando o tema Inspirações de Vida, a live, gerada em Orlândia, foi transmitida pelo Canal do Youtube IORM Oficial.

“O objetivo do quarto encontro virtual por meio da live foi o de apresentar o percurso de ex-alunos dos projetos do IORM, demonstrando, por meio dessas experiências como a arte e a dança podem contribuir no processo de formação do indivíduo”, afirmou a assistente social e mentora da equipe social Letícia Gerim.

A live contou com a presença do professor de jazz e ballet clássico das Oficinas de Artes Usina da Dança, Caio Souza, que integra o Projeto desde a sua formação, hoje atua como professor, depois de ter se formado como Educador Físico e Técnico em Dança. Junto a convidada, Sara Golino, ex-aluna do Projeto, que aos 24 anos cursa odontologia pela  USP  de Ribeirão Preto.

Como resposta ao período de Pandemia, tivemos que reinventar nossa didática para estarmos próximos de cada assistindo, de forma a dar continuidade ao processo de ensino aprendizado. Nesse contexto, as lives são um apoio para que os alunos assistidos pelo IORM e suas famílias possam enfrentar os novos obstáculos trazidos por este momento tão delicado”, ressalta a coordenadora Artística do IORM, Valéria Pazeto. A coordenadora conta que o planejamento e execução das lives ocorrem de forma integrada, envolvendo a equipe social e equipe artística do Instituto. 

 

Aula e prêmios

Ao final do bate papo, professor Caio ministrou mini aula de Jazz aberta aos participantes da live. Também fez sorteio de brindes como livros de história, kit de higiene oral, kit de máscaras de tecido adulta e infantil e uma sapatilha de ballet. Os brindes foram sorteados entre os participantes da Live envolvendo as 4 cidades de atuação do IORM: Guaíra, Orlândia, Ipuã e Miguelópolis.

 

Confira a relação de sorteadas

  1. Alice Roldão Araújo Delefrate – turma 3 da tarde de Orlândia.
  2. Miriam Garcia Ferreira – turma 5 Orlândia
  3. Lavínia Vieira dos Santos- turma 1 tarde Orlândia
  4. Laís Sousa – turma 2 manhã Ipuã
  5. Lara Victoria Silva Caldas – turma 2 tarde de Orlândia
  6. Larisse Vitória- turma 2 tarde de Orlândia
  7. Maria Eugênia R. Vieira – turma 5 Orlândia
  8. Maria Clara Araújo- turma 2 manhã Orlândia
  9. Isabela de Pádua Duarte – turma 2 tarde Orlândia
  10. Yasmin Santos Bofi Garcia – turma 1 Miguelópolis
  11. Helena Maria de Oliveira – turma 1 manhã de Orlândia
  12. Isabella Pajolla – turma 3 tarde Orlândia

 

 

A história de Sara: Da Dança a um dos mais disputados cursos de Odontologia do País

Ex-aluna do Projeto Usina da Dança, Sara Golino, falou sobre sua trajetória até o curso de Odontologia da USP de Ribeirão Preto.  “Minha mãe é nascida e criada em Orlândia, meu pai nasceu em Bonfim Paulista, mas quando pequeno mudou-se para Orlândia. Dessa forma, meus pais se conheceram, se casaram, formaram uma família e ainda residem aqui. Apesar de eu e meus irmãos termos nascido em Orlândia, nenhum de nós moramos mais na cidade. Meu irmão mais velho é médico cardiologista em São José do Rio Preto, minha irmã é nutricionista em Botucatu, meu outro irmão é arquiteto fotografo em São Paulo e eu faço odontologia em Ribeirão Preto”.

 

Caio : Como ficou sabendo do projeto Usina da Dança?

Sara: A partir de algumas amigas que estudavam comigo e já faziam parte. Eu lembro exatamente do dia que me interessei e comecei a fazer várias perguntas para elas na escola Pedro Bordignon Neto. No ano seguinte teria o teste e eu já tinha certeza que iria fazer, assim sendo, em 2008 com 11 anos de idade passei e entrei no Projeto.

 

Caio: Quais as maiores dificuldades vivenciadas na época?

Sara: Eu sempre fui uma pessoa fácil de fazer amizades e costumo ter boa relação com todos a minha volta. Dessa forma, não tive muitas dificuldades nesse quesito, porém ainda assim, com certeza o projeto acrescentou muito no contexto social.

 

Caio: Por quanto tempo participou do Projeto e qual a razão de permanecer nele por este tempo?

Sara: Participei por cinco anos e permaneci todo esse tempo por muito amor a dança, a arte e a música.

 

Caio: Você pensou algumas vezes em desistir do Projeto?

Sara:  Pensei. Quando eu estava no terceiro colegial, por ser um ano que exige muita dedicação escolar, então conciliar com o projeto seria bem complicado, porém tive apoio da instituição tanto coordenação, quanto professores sempre compreensivos e incentivadores na minha permanência e escolha da minha carreira mas fiz de tudo e consegui, inclusive foi um ano muito importante para mim.

 

Caio: Quando se desligou, por qual motivo?

Sara: Me desliguei no final de 2013, aos 16 anos, porque eu ia morar em Ribeirão Preto. Foi um momento muito difícil e triste pra mim, porque eu amava e ainda amo muito a dança, então me desvincular de algo com o que eu tinha uma conexão tão forte foi complicado. Porém, eu sabia que era necessário e que seria algo que eu ia levar para a minha vida, então são recordações que estão guardadas com muito amor e carinho.

 

Caio: Quais os aprendizados do Projeto que levará com sigo por toda vida?

Sara: Muitos aprendizados como o respeito ao próximo; obediência aos professores; disciplina e postura dentro de sala, que hoje uso nas clínicas durante atendimento aos meus pacientes. Aprendi a dar o meu melhor para evoluir, me comparando a mim mesma e não a outra pessoa. Aprendi que o sucesso ou a conquista de meu objetivo depende muito do meu esforço e dedicação. Aprendi que as pessoas são diferentes, uma tem dificuldade em uma coisa e a outra tem facilidade em outra, então devemos respeitar nosso corpo e nossos limites. Hoje sinto muita falta das experiências proporcionadas pelo projeto e vejo o quanto me agregou em aprendizados que levo em minha vida.

 

A cada dificuldade eu fechava os olhos, pensava “eu vou conseguir” e me superava

“Eu pensei em me desligar quando estava no terceiro colegial por que seria um ano que exigiria muito na escola, já que eu iria prestar o vestibular para entrar na faculdade.

Porém, não queria de forma alguma, porque eu amava muito, então depois de refletir e conversar com a minha família, decidi que continuaria e assim, arcaria com as consequências de uma rotina puxada. Então, eu fiz uma promessa pra mim mesma e dizia que iria fechar esse ciclo do Projeto com “chave de ouro”. Nunca ninguém soube disso, porque eu fiz isso por mim e a partir de então eu me dediquei muito durante as aulas.

A cada dificuldade eu fechava os olhos, pensava “eu vou conseguir” e me superava, sem me comparar com as outras pessoas, mas vendo no que eu poderia melhorar em mim. Nesse período, lembro de receber elogios dos meus professores, que de certa forma perceberam minha melhora ou via minha dedicação e isso era como um sinal que a promessa estava dando certo.

Ao final do ano, fui convidada para ser uma das personagens principais do festival. Isso me alegrou de uma forma tão grande e eu coloquei tanto carinho nessa função, que até hoje sou lembrada por ter interpretado a Iara em um festival de tema folclórico, trazendo a arte como experiências, possibilitando novas formas de expressões que contribuem no aprendizado, ultrapassando uma visão tradicional proporcionando uma visão de uma arte em sua educação consciente, Dessa forma, hoje eu digo que cumpri minha promessa, fechei o ciclo com “chave de ouro” e sou muito feliz e grata por ter feito parte do Projeto. Esse ensinamento é muito forte para mim porque uma situação parecida se repetiu depois quando já estava em Ribeirão Preto.

Todos os dias a caminho da escola eu via um carro estacionado com um adesivo escrito “Odontologia – USP – Ribeirão Preto” e cada vez que eu olhava esse adesivo eu fechava os olhos e pensava “eu vou conseguir”. Isso me dava forças para me dedicar e me superar nas dificuldades, tanto que passei no vestibular e hoje estou no último ano de odontologia da USP de Ribeirão Preto.

 

“Aprendizado: A vida como um festival de Dança”

Para finalizar, um outro aprendizado que levo para a vida é uma reflexão que sempre faço comparando a vida com um festival de dança. O festival é um momento muito importante, o qual dedica-se o ano todo, com processos reflexivos e integrados para poder fazer uma boa apresentação e uma realização pessoal mostrar para a plateia o resultado dessa dedicação. Resultado que não se consiste apenas na sua realização final, mas sim no aprendizado adquirido em todo seu processo. Assim, se não há dedicação ao longo do ano, não há bons resultados. Esta riqueza do trabalho com arte me proporcionou pensamentos e atitudes reflexivas com assuntos variados no meu cotidiano, despertou relações em mim e ao meu redor, contribuindo para minha formação como ser humano, levando meu lado artístico na minha profissão, agregando no meu ingresso a faculdade em situações que tinha que demostrar conhecimento, como congressos, provas e apresentações científicas, porque o avaliador só tinha aquele momento para ver os meus resultados e como eu havia me dedicado, eu queria um bom desempenho. Dessa forma, além da dedicação é muito importante que se tenha calma e entenda que a sua parte foi feita, para assim ter o resultado positivo.

Sara Golino

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